Wednesday, 26 December 2012

Saga Volume 1 by Brian K. Vaughan and Fiona Staples

Esta série foi tão recomendada na internet e na minha loja habitual de BD que eu não resisti a comprar. Ainda por cima já tinha lido um pouco e gostado de Y: The Last Man de Brian K. Vaughan pelo que parti para a leitura com elevadas expectativas.
A história segue uma família improvável - Alana pertencia às forças de um planeta há muito tempo em guerra com uma lua e tem asas como uma fada; Marko pertencia ao exército da lua, tem cornos como um fauno e sabe magia, mas decidiu recusar a violência pelo que se entregou ao inimigo, tendo encontrado Alana - e começa pelo parto da filha deles.
Claro que, dado o contexto, somos logo de seguida embrenhados numa fuga interplanetária, combates inevitáveis e conversas sobre que nome dar à criança. Mas isto é ao mesmo tempo o ponto central do enredo e a desculpa para o autor mostrar os limites da sua imaginação. Desde assassinos a soldo galácticos, um com demasiadas patas para o conforto de aracnofóbicos, outro com um gato que avisa quando alguém mente, uma suposta floresta de naves espaciais, a fantasmas que defendem um planeta e uma realeza cujas cabeças são televisores, não é possível adivinhar o que vamos encontrar de seguida no mundo de Saga. Há aqui um elemento típico destas histórias, o facto de um dos lados usar magia e o outro ser mais evoluído ao nível da tecnologia que, dependendo de como for desenvolvido ou deixado como contexto, pode aproximar-se ou divergir do cliché. A avaliar pelo primeiro volume, vai valer a pena. Mas não é só desta mistura de fantasia e ficção científica e de amores proibidos que vive Saga. Logo no primeiro volume, o autor não teve qualquer problema em tocar questões como as crenças, tradições pessoais, familiares ou planetárias, a guerra do ponto de vista do cumprimento cego de ordens superiores, a facilidade com que se mata alguém quando há acesso a armas e até o tráfico e exploração sexual de crianças.
A arte é fenomenal, tanto a nível de desenho como de coloração. As personagens têm personalidade, expressões faciais e corporais que não podiam contar melhor a história. A ilustração do mundo, de vários locais em diferentes planetas, é rica e variada e ajuda a mente a acreditar que estamos a viajar pelo espaço. A magia tem sido desenhada de uma forma subtil, o que a torna mais credível do que os raios e coriscos a que nos fomos habituando, mas a necessitar por vezes de ingredientes imprevisíveis o que lhe dá uma plausibilidade interessante.
Como começo de uma série, coleccionando os primeiros seis fascículos, misturando magia, ficção científica, personagens genuínas com diálogos engraçados, sexo inter-racial, eventos e locais imprevisíveis e temas relevantes, não posso pedir mais. Vou comprar o segundo volume sem dúvida e mal esteja disponível.


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Saga was so recommended all over the internet and at my local comics store that I couldn't have avoided buying it. I had read a bit of  Y: The Last Man by Brian K. Vaughan before and liked it, so I had high expectations for this one.
The story follows an unlikely couple - Alana, from the planetary forces long at war with a moon and with vestigial "fairy" wings; Marko, horned as a faun, spellcaster, soldier of the moon's army, renounced violence and surrendered to the enemy and meeting Alana while imprisioned - and starts off with Alana giving birth to their daughter.
After this, we are right away thrown into an interplanetary escape, unavoidable fights and talks about the child's name. But this is at the same time the central focus of the plot and an excuse for the author to show the limits of his imagination. From professional assassins for hire, one with too many legs (beware arachnophobia) and other with a cat that works as a lie detector, a legendary spaceship forest to ghosts that are supposed to defend their planet and a royal family with television sets for heads, one cannot guess what is going to appear next in the world of Saga. It includes a typical element of these stories, the fact that one side of the war uses magic and the other is more tech-savy, which, depending on how it is developed or kept as background, might become or totally diverge from the cliché. If the first part is any indication, it's going to be worth paying attention. But it's not only of this blending of fantasy and science fiction and forbidden loves that Saga lives. Right on the first volume, the author has no trouble handling problems such as belief, tradition, war from the soldier following orders point of view, the ease with which one kills when weapons are accessible and even sexual abuse and exploitation of children.
The art is phenomenal, both in terms of the drawing and the colours. The characters have personality, facial and body expressions that couldn't do better storytelling. The illustration of the worlds, the multiple places and planets, is rich and varied and helps trick the mind into believing we are really travelling through space. The magic is subtly added to scenes, making it more credible than the lightning and sparking on might be used to and sick of. The fact that some spells need odd unpredictable ingredients (and I'm not talking about mushrooms or crystals or such typical stuff) makes the whole setting more plausible.
As the starting point of a series - the first six numbers - mixing magic, sci-fi, genuine characters with funny remarks, interracial sex, unpredictable places and relevant themes, I can't really ask for more. I'll definitely buy the next volume as soon as possible.

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