Bloodlight foi mais uma aposta no NetGalley. O autor propõe-se a escrever uma obra de ficção que lhe permita explorar simultaneamente a vida de um adolescente inseguro e questões metafísicas como a religião e o conceito de realidade. Se a ideia do autor me agrada bastante, infelizmente o resultado final ficou bastante aquém das expectativas.
O livro de Grey-Sun é uma história de fantasia que se aproxima bastante da literatura weird sem no entanto ser tão eficaz a transmitir sensações como escritores de horror que li anteriormente como H. P. Lovecraft ou Laird Barron. A fantasia que tem por base a religião cristã não é tanto uma exploração da religião mas uma simples transformação conceptual de algumas das suas figuras para dar contexto à história. Robert Goldner, a personagem principal, é um adolescente de 17 anos com graves problemas de auto-confiança e uma ideia estranha e imatura de afirmação pessoal que se torna plausível num contexto de bullying e racismo e numa escola completamente dividida em grupos quase estanques como estamos habituados a ver em filmes ou séries sobre adolescentes americanos. Como personagem principal, Robert não me convenceu e a sua história de insegurança não tem, em si, especial novidade que a distinga de tantas outras. Enquanto lida com a sua vida já de si complicada, Robert começa a sentir alucinações cada vez mais vívidas e complexas e é na descrição destas que o livro se destaca. Por um lado, há que admitir a enorme imaginação do autor na criação das várias alucinações e na forma como conseguiu que algumas acabassem por fazer sentido tendo em conta o final. Por outro lado, há uma tal quantidade de momentos alucinatórios que as suas descrições ao pormenor se tornam cansativas e desnecessárias.
A prosa de Grey-Sun não é de resto especialmente bem conseguida, nem no que toca à narração nem no que toca ao pensamento da personagem principal. Os diálogos são em geral simples e directos, adicionando pouco à história que não uma interrupção da narração.
Ainda que não terrível, Bloodlight foi, por tudo isto, uma leitura desapontante que não atingiu os objectivos que o autor definiu e que me tirou a vontade de ler a trilogia da qual é prequela.
_________________________________________________________________________
Bloodlight was another NetGalley bet. The author set himself to write a work of fiction that would allow him to explore simultaneously the insecurities of a teenager and metaphysical issues such as religion and reality. If this idea seemed really good, unfortunately the final result ended up being below expectations.
Grey-Sun's book is a fantasy history quite close to weird fiction though far from the effectiveness of horror writers I've read before such as H. P. Lovecraft or Laird Barron. The fantasy has its basis on christianism but it's not so much an exploration of religion but a simple transformation of some of its faces to give this story context. Robert Goldner, the main character, is a seventeen year old boy with severe issues of self-confidence and an odd concept of self-affirmation that is believable considering a context of bullying and racism and a school divided in cliques typical of american teen TV series. As the main focus of the story, Robert didn't grab me and his story doesn't differ from so many others about these issues that abound nowadays. While he deals with his already complicated life, Robert starts having hallucinations that grow more vivid and complex and its in their description that the book stands out. On one hand, one must admit the author's huge imagination shown by these hallucinations and by his ability to create some delirious moments that actually make sense considering the ending. On the other hand, the hallucinations where often overdone and the moments are so frequent that their descriptions end up being boring and unnecessary.
Grey-Sun's prose isn't specially well achieved neither in event narration nor in the wording of the main character's thoughts. The dialogues were in general simple and straightforward, adding little or nothing to the story apart from a needed interruption to the otherwise never-ending narration.
Although not terrible, Bloodlight was a disappointing read that failed to achieve the author's purposes and ended up making me give up on reading the trilogy that follows this prequel.
Grey-Sun's prose isn't specially well achieved neither in event narration nor in the wording of the main character's thoughts. The dialogues were in general simple and straightforward, adding little or nothing to the story apart from a needed interruption to the otherwise never-ending narration.
Although not terrible, Bloodlight was a disappointing read that failed to achieve the author's purposes and ended up making me give up on reading the trilogy that follows this prequel.
This is definitely a book to make you think, and it’s written with enough skill that you come out of it with several strong stories blended together when in another’s hands it could have been a chaotic mess. BloodLight is wacky, but not in a funny way. It sucked me in until I was right with Robert as he navigated his life and deviations from same.
ReplyDelete