Este artigo do Guardian é uma breve mas excelente leitura que relembra o fosso entre as intenções e ideais e os resultados. George Orwell comenta a visão idealista, na altura decerto considerada muito ingénua, de Oscar Wilde quanto ao socialismo. O que nos lembra este comentário é de que não é por termos conhecido os sistemas socialistas autoritários e desumanos que devemos criticar a ideologia per se. O socialismo, mesmo o considerado utópico, deve ser levado em conta sempre que pensamos o mundo humano, a sociedade e a economia, sob pena de ignorarmos algumas das mais importantes lições históricas e ideias desenvolvidas quanto ao que queremos para o futuro, que consideramos realmente necessário, bom ou justo. Ler isto inspira-nos a ter cuidado e evitar confundir os fins, os meios e os motivos iniciais, aliás, tal como, na direcção inversa, dizemos que os fins não justificam os meios.
Queria também recomendar a leitura deste post de Pacheco Pereira que resume bem a actual vida política portuguesa, incluindo no que se refere aos comentadores e bloggers. Infelizmente, ele tem toda a razão. Pensar e gerir um país como se fosse uma luta de claques de futebol numa mesa de matraquilhos só pode resultar em desastre, a curto e a longo prazo.
Por fim, vi recentemente o filme-documentário-entrevista Examined Life, partilhado pel'O Germe e adorei. Se há alguns problemas a nível da realização, filmagem e banda sonora, a verdade é que tudo isso é secundário e quase irrelevante perante o interesse do discurso dos vários convidados, aos quais são dados dez minutos para comentar uma determinada questão: Cornel West fala de verdade, Peter Singer de ética, Slavoj Žižek de ecologia, Avital Ronell de significado ou sentido, Martha Nussbaum de justiça, Michael Hardt de revolução, Kwame Anthony Appiah de cosmopolismo e Judith Butler com Sunaura Taylor de interdependência. Vale muito a pena ver e pensar em como a filosofia faz parte da vida e não é, tanto como se pensa, somente uma ocupação de mentes académicas superiores ou afastadas da realidade.
Se eu pudesse dedicar a minha vida a estes assuntos, da forma como eles são, embora superficialmente, explorados nesta obra, não tenham dúvida que o faria. Sou um viciado em pensar e em discutir estes conceitos ou questões e só assim percebo que possa valer a pena viver. A humanidade como um todo melhora ou evolui somente através deste exercício.
Queria também recomendar a leitura deste post de Pacheco Pereira que resume bem a actual vida política portuguesa, incluindo no que se refere aos comentadores e bloggers. Infelizmente, ele tem toda a razão. Pensar e gerir um país como se fosse uma luta de claques de futebol numa mesa de matraquilhos só pode resultar em desastre, a curto e a longo prazo.
Por fim, vi recentemente o filme-documentário-entrevista Examined Life, partilhado pel'O Germe e adorei. Se há alguns problemas a nível da realização, filmagem e banda sonora, a verdade é que tudo isso é secundário e quase irrelevante perante o interesse do discurso dos vários convidados, aos quais são dados dez minutos para comentar uma determinada questão: Cornel West fala de verdade, Peter Singer de ética, Slavoj Žižek de ecologia, Avital Ronell de significado ou sentido, Martha Nussbaum de justiça, Michael Hardt de revolução, Kwame Anthony Appiah de cosmopolismo e Judith Butler com Sunaura Taylor de interdependência. Vale muito a pena ver e pensar em como a filosofia faz parte da vida e não é, tanto como se pensa, somente uma ocupação de mentes académicas superiores ou afastadas da realidade.
Se eu pudesse dedicar a minha vida a estes assuntos, da forma como eles são, embora superficialmente, explorados nesta obra, não tenham dúvida que o faria. Sou um viciado em pensar e em discutir estes conceitos ou questões e só assim percebo que possa valer a pena viver. A humanidade como um todo melhora ou evolui somente através deste exercício.
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