Foi-me dada a oportunidade de ler esta BD através do NetGalley. A ideia de uma história em que o protagonista decide fazer dum monte de lixo flutuante um país criou-me expectativas muito altas para um princípio que, ainda que longe de ser mau, não me conseguiu convencer.
Joe Harris tem muitas ideias para esta obra e talvez tenha tentado usar demasiadas logo nos primeiros números, de forma que antes de conseguir sequer perceber com que tipo de protagonista estou a lidar já ele foi exposto a um sem número de situações mais ou menos descabidas que apesar de tudo parecem nunca ter o devido impacto nele. Há, para além disto, uma mistura mal definida entre elementos de ficção científica ambientalista utópica e uma série de acontecimentos e elementos de dúbia credibilidade que me recordaram a minha recente experiência com o pós-modernismo. Esta mistura podia claramente originar uma BD genial, mas no caso, talvez por alguma falha na forma de contar a história, na fluidez do enredo ou da falta de um princípio mais consistente e convincente, simplesmente não me entusiasmou.
A ilustração, a cargo de Martin Morazzo, é competente, em especial a nível de background e mesmo de alguns elementos, mas é medíocre na caracterização de algumas personagens, tendo painéis muito bons e momentos em que não está de todo bem conseguida e acaba por ser contra-producente para a leitura.
Sendo assim, esta é a meu ver uma BD mediana, que nem me faria prosseguir nem desaconselhar a sua leitura. No entanto, tenho visto na internet que os números seguintes - a ser coleccionados num segundo volume - são substancialmente melhores, pelo que pondero dar-he mais essa oportunidade, até porque quero muito que este conceito resulte.
Resta-me lembrar que o Great Pacific garbage patch existe mesmo e talvez devesse justificar uma alteração considerável da forma como nós fazemos uma grande parte das nossas actividades, não?
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I had access to Great Pacific Volume 1: Trashed through NetGalley. The concept of a guy trying to turn a heap of trash into a nation really raised my expectations ever since I heard of it, probably too much for a beginning that, though far from bad, didn't really make my day.
Joe Harris has a lot of ideas for this work and maybe he just tried to use too many right from the start, resulting in a protagonist that is exposed to too many odd situations before I even know who he really is and that seem to have no palpable impact on him. I also had some trouble with the strange mixture between ecological utopian science fiction items and a series of events and elements that reminded me of post-modern narrative, something that could have been awesome but ended up uninteresting, perhaps due to some failure in storytelling, lack of flow or of a consistent and convincing beginning.
Martin Morazzo's illustration is competent, specially in terms of background and some specific elements, but is mediocre when considering some character's characterization, ending up with some very good panels and moments where it fails to help the storytelling.
Last but not least, I must remind anyone reading this that the Great Pacific garbage patch is quite real and should probably, by itself, be making us change how we do a lot of stuff, shouldn't it?
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